Itália é a 1ª na UE para mulheres empreendedoras.
No Brasil, mulheres lideram 10,1 milhões de empreendimentos.
Nas últimas décadas – e nos diríamos, finalmente – as mulheres vem cada vez mais conquistando seu real valor e papel no mundo dos negócios. E mais do que isso: ganhando o reconhecimento e o devido espaço nos meios de comunicação, que divulgam e incentivam esses números.
A Itália é o 1º país da União Européia para empresárias e trabalhadoras independentes. Na comparação entre membros da UE dos dados divulgados pelo Instituto Eurostat, na Itália existem 1,4 milhões de trabalhadoras por conta própria contra 1,2 milhão de mulheres independentes na França e 1,0 milhão na Alemanha e Espanha. Mesmo com a complexa
fase econômica em curso por conta dos dois anos de pandemia, o estudo mostra que no final de 2021, 1.342.703 empresas são geridas por mulheres, o que representa 22,1% do total de empresas no país, Itália.
Já no Brasil, um estudo, realizado pelo Sebrae, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), mostrou que após recuar para um total de 8,6 milhões, no segundo trimestre de 2020, por conta do COVID, o número de mulheres à frente de um negócio no país fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões, mesmo resultado registrado no último trimestre de 2019, antes da pandemia. Apesar dessa evolução, a participação das mulheres empreendedoras no universo de donos de negócio no Brasil (34%) ainda está abaixo da melhor marca histórica, registrada no 4º trimestre de 2019, quando elas representavam 34,8% do total.
O estudo do Sebrae indica ainda que a participação feminina entre os donos de negócios empregadores também continua abaixo do período pré-crise. No final de 2019, havia 1,3 milhão de donas de empresas que contratavam empregados, o que representava 13,6% do total das donas de negócio. Já no final do ano passado, esse número havia recuado para 1,1 milhão (11,4% do universo). Os dados mostram que 50% das proprietárias de negócios estão no setor de serviços, enquanto 21% estão no setor de construção.
Na Itália a análise dos últimos dados do mercado de trabalho mostra uma recuperação do emprego feminino que, ao longo dos 23 meses da pandemia levou as mulheres empregadas em janeiro de 2022 a um nível 0,8% inferior aos níveis pré-crise de fevereiro de 2020; melhor que os homens (-1,0%).
No país da bota, o mercado sinaliza e enfatiza a resiliência da mulher empreendedora. A pesquisa mostra que, mesmo as mais afetadas pelas consequências da pandemia, as mulheres empreendedoras se mostram mais combativas e prontas para reagir, adotando uma ou mais ações de desenvolvimento, conforme declarado por 61,2% delas , uma participação de mais de 55% total. As ações mais importantes das mulheres para o reinício foram: melhorar a qualidade do quadro de funcionários por meio de treinamentos ou novas contratações e mudar a organização interna da organização. A escolha de focar principalmente nessas duas áreas de desenvolvimento mostra como as mulheres empreendedoras pretendem recuperar o terreno perdido, com maior intensidade do que os homens, a partir das pessoas.
Texto: Cyntia Braga
Fontes:
Brasil: Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas
Itália: Confartigianato Imprese: um dos jornais mais antigos em circulação na Itália
